sábado, 9 de agosto de 2008

Pequim 2008, Rio 2016?

A maior festa do esporte mundial começou em grande estilo. Como era de se esperar a China mostrou todo o seu potencial e organiza a maior Olimpíada de todos os tempos.
A espetacular abertura deixou muita gente na dúvida quanto à capacidade do Brasil em sediar os jogos olímpicos de 2016. Teríamos condições de organizar um evento deste nível?
Eu acredito que sim.O Brasil mostrou que é capaz quando sediou o PAN 2007, que apesar de ser um evento bem menor, mostrou que quando se quer fazer bonito, se faz.
A China, que tem grande parte da sua população vivendo na pobreza com mão-de-obra excessivamente barata e enfrenta alguns problemas sociais como o Brasil, organizou toda aquela estrutura olímpica em 4 anos. O resultado do país sede de 2016 sai em 2009. Sete anos não seria tempo suficiente para construir e reformar estádios, quadras, complexos esportivos em nosso país? Tempo mais do que suficiente. O governo está empenhado, o setor privado apóia com patrocínios.
Além da grande festa, alegria e honra de sediar um evento esportivo tão importante,uma Olimpíada no Brasil movimentaria grandes somas de dinheiro no país, geraria milhares de empregos em obras, por exemplo, intensificaria o comércio e o turismo.

O Brasil precisa pensar grande, mostrar para o mundo e para seu povo que está realmente se desenvolvendo. E nós brasileiros precisamos acreditar no potencial do nosso país.
Conheça os projetos. Apoie o Brasil nessa campanha. E torça pro Comitê Olímpico Internacional escolher nosso país.

http://www.rio2016.org.br/pt/

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Seminário Latino-americano de Comunicação

A tradição e a credibilidade do rádio o torna um veículo de comunicação muito forte, capaz de promover desenvolvimento em um lugar, em uma sociedade. Chegando aos mais distantes territórios, as ondas sonoras do rádio, podem carregar consigo muita informação, educação, conhecimento e cultura tanto para as pessoas que tem dificuldade de acesso aos outros meios, como também para as pessoas que nunca deixaram de lado o bom e velho radinho.
"Comunicação e rádio para o desenvolvimento local" é o tema desse Seminário que promove debates, palestras e oficinas a cerca uma programação cidadã, cada vez mais próxima do público, que atenda os seus interesses e contribua para a formação cultural.
A interação entre comunicador e público proposta pelo rádio é sem dúvida peça chave para a promoção de grandes debates sobre temas de interesse da população. E a programação musical tem papel tão importante quanto a programação noticiosa, pois traz em si a identidade do povo, da localidade na qual a rádio está instalada. Não há dúvidas da importância do rádio em uma sociedade, basta saber trabalhar de forma responsável e comprometida com o desenvolvimento do local.
O Seminário ocorre de 24 e 26 de julho no Rio Poty Hotel e conta com a presença de mais de 600 participantes, dentre eles estudantes, profissionais de comunicação e palestrantes de vários países.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Para que serve a Polícia?

“Dizem que ela existe
Prá ajudar!
Dizem que ela existe
Prá proteger!
Eu sei que ela pode
Te parar!
Eu sei que ela pode
Te prender!...
Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...”

Vieram à tona nos últimos dias os erros que vitimam inocentes cometidos pela Polícia brasileira. Digo veio à tona porque há muito tempo isso acontece, só que agora essas ações desceram os morros, ultrapassaram as favelas e estão acontecendo com freqüencia nos mais diferentes lugares.
Antes, as mortes provocadas por policiais eram mostradas apenas em estatísticas. Hoje, é só abrir o jornal ou ligar a TV que o assunto de destaque é esse. Foi "preciso" que uma criança de classe média morresse para que se desse a atenção necessária ao caso.
A polícia que, teoricamente, protege vidas e dá segurança é a mesma polícia corrompida que mata e que é cúmplice de crimes.
E ainda

“Dizem prá você
Obedecer!
Dizem prá você
Responder!
Dizem prá você
Cooperar!
Dizem prá você
Respeitar!...”
(Polícia-Titãs)

terça-feira, 1 de julho de 2008

Piauí, jornalismo e cultura sob o olhar de Maia Veloso

Uma das mais respeitadas e bem sucedidas jornalistas piauienses, Maia Veloso, exibe um currículo profissional invejável. Ao longo dos seus mais de vinte anos de carreira, passou pela reportagem, produção, diretoria e redação de diversos programas e jornais do estado. Procurando sempre estar atualizada com o Jornalismo, possui seis especializações na área e está concluindo um mestrado.
Atualmente, apresenta um telejornal ao lado do jornalista Fenelon Rocha, tem coluna em um jornal impresso e participa, ainda, do jornalismo virtual. Bastante ligada ao meio cultural piauiense, Maia Veloso coordena o “Viva Arte”, que promove eventos em diversos locais da capital.


Saiba um pouco mais nesta entrevista.



- Maia, o que a levou escolher o Jornalismo como profissão, visto que você se declara uma interessada, também, pelo Direito?
- Foi por acaso. Quando eu tinha 16 anos minha mãe faleceu e eu ia fazer vestibular. Todo mundo na escola falava que eu tinha bom texto, que tinha carinha boa e que se eu fizesse Jornalismo no primeiro período estaria trabalhando. Como eu precisava de trabalho, porque minha mãe tinha morrido (meus pais eram separados e eu só tinha ela), eu resolvi fazer Jornalismo. Mas eu nunca deixei de gostar de Direito, de prestar atenção no Direito.
-
No início de sua carreira de jornalista houve algum fato ou alguma dificuldade que lhe fez pensar em desistir da profissão?
- O mercado de trabalho do jornalismo sempre foi muito complicado. Particularmente na época em que eu fiz, tinha sim. Eu trabalhei muito de graça. No começo era difícil de conciliar faculdade com trabalho. O mercado de trabalho de jornalismo, na verdade, nunca valorizou muito a profissão, tanto que o nosso piso, hoje, é em média mil reais. Não dá pra sobreviver dignamente com o investimento que a gente tem que fazer em livro, internet, TV a cabo, informação e conteúdo que seja digno, que seja bacana. Então por conta disso que eu acho que na época foi difícil. Ainda hoje é, na realidade, pra todo mundo. Vocês vão ver.
-
Você já desempenhou diversas funções dentro do jornalismo. Você destacaria algum dos seus trabalhos como o principal responsável pelo seu sucesso?
- Primeiro eu não acho que eu faço sucesso. Eu acho que eu trabalho muito e terminei construindo uma carreira que ainda está só no começo. Mas eu não destacaria o fato de ter sido repórter, produtora, redatora ou diretora, que eu fui quando tinha 19 anos na TV Educativa, mas o conjunto dessas coisas. O que faz você um profissional é o conjunto de todas as atividades que você desempenha e não uma em especial. Eu não seria uma âncora razoável se eu não tivesse passado pela produção, redação e reportagem. Porque o âncora tem que ter um domínio para que se der um problema ele saber contornar. E ele só consegue esse domínio se tiver passado por essas etapas. Então, não existe nada em especial. O que as pessoas guardam muito é o “Sábado Show”. Foi uma experiência única, bacana; porém eu acho que valeu muito mais pra quem acompanhou na época do que pra mim, exatamente, como profissional.
-
Ao longo desses 22 anos de profissão, você percebe alguma mudança significativa no jornalismo local?
- Sim. A mais recente dela é a internet, o jornalismo virtual. Teresina, como os demais lugares do mundo, vive um jornalismo virtual que privilegia a produção de conteúdo do cidadão. Todo mundo produz conteúdo hoje. Na televisão piauiense, a valorização das transmissões ao vivo, de fazer o jornalismo mais rápido e mais interativo que foi forçado também pela internet. Por demais, eu acho que as faculdades. A quantidade delas que se tem hoje, com mais oportunidade de pessoas estudarem Jornalismo e de serem inseridas no mercado de trabalho. Tem também as assessorias de imprensa que cresceram muito e os jornalistas que passaram a abraçar projetos. Eu, particularmente, é raro não estar envolvida com um projeto. O “Sábado Show”, o “Nossa Casa”, o “Atitude” foram projetos meus. Sempre que eu estou envolvida em um projeto é alguma coisa especializada, geralmente em cultura/comportamento.
-
Os meios de comunicação piauienses trabalham com um número bastante reduzido de profissionais, o que leva um jornalista, por exemplo, a desempenhar mais de uma função dentro de uma redação. Na sua opinião, isso compromete a qualidade do produto final?
- Não, acho que até ajuda. Eu acho que quanto mais versátil você for, quanto mais você tiver domínio de vários veículos, de várias áreas dentro daquilo que você escolher, melhor. Acho que o mundo valoriza hoje quem é versátil, só tem que ter cuidado pro versátil não ser confundido com o tipo que faz tudo e, de repente, não se destaca em nada.
-
Mesmo com a expansão da internet, segundo pesquisas, 80% dos estudantes declaram que em seu tempo livre assistem à televisão. A TV tem, portanto, uma grande responsabilidade na formação social dos jovens. Na sua concepção, a televisão vem desempenhando bem esse seu papel?
- Acho que não, a não ser a TV a cabo. Eu não sei quem inventou que na TV aberta não pode ter programa de conteúdo e têm alguns, até. Têm alguns que são emblemáticos, alguns que não são de conteúdo, mas que fazem cócegas no nosso raciocínio. O CQC é uma prova disso. (...) Pra começar televisão é mentira. Boa parte do que se produz na televisão é mentira. Eu sou outra pessoa no ar, a maioria das pessoas é assim. A partir de como a gente se apresenta, que tem que ser sempre com uma roupa que seja aceita, não pode mostrar as tatuagens (eu tenho sete, mas nenhuma vai pro ar nesse tipo de programa que eu faço). O conteúdo, nem sempre dá tempo de mostrar todos os lados. Raramente você se depara com um jornalismo que é imparcial, porque no dia-a-dia, principalmente, não dar tempo de você ouvir todos os lados. Eu acho que o que contribui, de fato, para a formação do cidadão, do jovem, das pessoas não tem nada ainda que tenha nascido pra substituir a leitura, o livro. Ler, ler muito, ler tudo. Então eu acho que a televisão não contribui. Infelizmente a TV a cabo no Brasil é super restrita, a internet está tomando o tempo das pessoas, tanto que o Brasil tem números que são emblemáticos no que diz a respeito ao acesso via internautas. A gente ocupa um lugar de destaque no orkut, no google, mas ainda a internet aqui não se reverteu no sentido de estar colaborando, de estar fazendo a inclusão digital, de inclusão social. Eu acho que a gente tem que apostar na leitura.
- Muitos jornais e programas de TV utilizam-se da criminalidade e da pobreza para atrair o público. Essa grande exposição diária de tragédias leva a uma banalização do crime e da miséria?
- Acho que esta história tem dois lados. Primeiro que existe uma corrente no mundo inteiro, que no Brasil ainda é muito tímida, que é o “jornalismo da boa notícia”. Uma coisa que é fruto de movimentos sociais do cidadão, de ações organizadas, de entidades.
A notícia ruim tem dois lados: ao mesmo tempo em que ela choca pela espetacularização, ela tem um lado que não é espetáculo, que é o lado do canal de denúncia, um lado que depõe contra o que está sendo feito e que estimula as pessoas a abrirem a boca e denunciar. Agora, claro que existem os programas “trash”, que são esses policiais, mas eu acho que deve ter uma dosagem.
-
O Piauí possui um grande potencial econômico não explorado. A Serra da Capivara, por exemplo, foi escolhida como o mais belo cartão postal do Brasil, e recentemente uma equipe do canal National Geographic andou gravando imagens do nosso território, que serão passadas pro mundo inteiro. Mas infelizmente o Piauí não dispõe de uma estrutura adequada para a exploração de todo esse potencial turístico. Pra você, há uma falta de interesse do governo em potencializar e divulgar nossa cultura e nossas riquezas?
- Acho que a falta de interesse começa pelo piauiense. O piauiense não conhece o Piauí. Eu acho que demandas, serviços e estrutura se criam. Aliás, serviços e estrutura se criam a partir de demandas. A gente tem que parar de ir só para Luís Correia, só pro Coqueiro, pra Pedra do Sal e pra Atalaia, porque tem outros lugares pra gente visitar. Então, a gente tem primeiro que conhecer o nosso estado pra transformar esse discurso em algo consistente. Eu acho que falta estrutura sim, que falta o trade turístico funcionar, que falta a gente aprender a se vender. O que é importante no Piauí? Quer dizer, essa junção de calor e praia, sol e praia ela é uma dupla que faz sucesso no mundo inteiro. Todo turista vai, mas a gente só tem 66 km de praia, é a menor costa. Como é que a gente vai transformar isso que é pequeno num atrativo? Então a gente precisa se descobrir como a gente vai se vender. Eu acho que ninguém no Brasil recebe melhor do que o piauiense, não tem povo mais simpático, mais querido, mais solidário que o piauiense. A gente precisa se conhecer primeiro pra gente se apossar daquilo que a gente tem, daquilo que a gente é. Transformar o que não é bom pra gente poder receber a galera que vem de fora, os turistas que vem por aí.
-
Maia, há uma nítida rejeição da maioria dos piauienses à sua própria cultura, valorizando mais o que vem de fora. Muitos artistas locais não encontram espaço no estado sendo só reconhecidos aqui quando encontraram o sucesso em outro canto do Brasil. Pra você, a que se deve essa desvalorização?
- À falta de profissionalização do setor cultural. Na realidade, já existem iniciativas e artistas organizados e planejados. A carreira de um artista é como a carreira de um jornalista. Ele tem que se formar, ter informação, cultura, conteúdo, precisa se profissionalizar. Eu acho que essa rejeição é uma coisa que vem mudando. A gente já está com mais auto-estima, mudou bastante. No caso dos artistas, quanto mais eles se profissionalizarem, mostrarem que eles podem fazer, sabem captar recursos, organizar turnês, fazer tudo que está ao alcance de um artista médio ou grande esse mercado vai ser mais reconhecido, por que o que faz um artista ser reconhecido não e só o público, mas a maneira como ele se mostra. Se ele for profissional ele vai ser reconhecido sim! Para quê exemplo melhor que o Dirceu Andrade, o Amauri Jucá e o João Cláudio? Ter uma carreira sólida não é só a relação com o público, mas mostrar que você é planejado, organizado, que consegue captar recursos e brigar dignamente por um espaço com informação. Eu acho que o Piauí tem uma cara que é bacana porque não tem cara de nada! A gente não é como o Maranhão, que tem “cara de Boi”; como o Ceará que tem “cara de Arrasta-pé, de forró”; como Brasília que tem cara de Rock’n roll. O fato de não ter uma cara é uma cara e a gente precisa se dar conta disso. Aqui a gente pode arrastar o pé, bater cabeça como metaleiro, dançar reggae, fazer balada, fazer tudo! A gente pode ter qualquer cara e isso é um luxo! Só precisa produzir isso com mais qualidade, e a qualidade passa pela profissionalização dos artistas, principalmente. E o público se educar para ver as coisas e se informar, porque um público informado faz total diferença.
-
Fale-nos um pouco sobre o projeto que você coordena, o VIVA ARTE.
- O “Viva Arte” nasceu porque em 2003 eu fui a um congresso em São Paulo, chamado “Com Atitude” e lá eu vi pessoas da Microsoft, da Nestlé, de agências de propaganda e aí eu resolvi tomar uma atitude e fazer o Viva Arte.O espaço físico durou três anos. Agora eu crio os eventos e faço em outros lugares, porque ficou impossível sustentar o Viva Arte como casa de arte, como galeria. Eu achei que seria mais inteligente continuar fazendo o Viva Arte só que de maneira itinerante. O Viva Arte hoje é parte do Atitude. Na verdade o Atitude englobou o Viva Arte, porque eu queria fazer uma coisa mais abrangente e menos restrito.
-
E para encerrar: você se sente realizada profissionalmente ou ainda falta algo?
- Ainda falta muito. Eu não me sinto realizada, ainda tem tanta coisa pra fazer. O Jornalismo no mundo passa por tantas mudanças que faz com que a gente não se sinta realizada nunca. Eu acho, inclusive, que todos os diplomas, em todas as áreas, deveriam ter prazo de validade, por que às vezes as pessoas se formam e acham que só o diploma basta. Então, o prazo de validade faria a gente estudar mais, aprender mais e ter novos desafios. Eu me sinto como no primeiro ano de faculdade, louca pra estudar, louca pra aprender. Tenho seis especializações e um mestrado pra concluir, mas eu ainda acho pouco. Eu quero ir pra outras áreas. Acho que tenho muita coisa pra fazer e eu ainda não fiz nada, a verdade é essa.



P.S.: Essa entrevista é resultado de um trabalho proposto pelo meu prof. de Introdução ao Jornalismo. Faz parte do projeto "Encontros com a Imprensa" e foi feita por mim e por Débora Rodrigues.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Festa Junina: influência da Europa no NE do Brasil

O mês de Junho já está acabando, mas ainda dá tempo de falar dessa belíssima festa da cultura popular.

As festas juninas, que têm influências portuguesas, francesas e espanholas misturadas com a cultura dos negros e índios que se encontravam no Brasil durante a colonização, encantam o país de Norte a Sul. Mas é no Nordeste que elas tomam uma dimensão maior. As quadrilhas, as toadas de bois, o forró, o xaxado, as comidas típicas (paçoca, pamonha, bolo de milho e mais um monte de delícias) fazem parte dessa comemoração aos santos do mês de Junho e às raras chuvas que caem no Sertão.

Aqui em Teresina temos um festival muito bacana, o Encontro Nacional de Folguedos realizado no Parque Potycabana. O evento reúne esse ano (XXXII edição) 180 grupos culturais de 10 estados do país. Espera-se 250 mil pessoas nos 10 dias (20/06 a 29/06) de muita festa e cultura.
Vale a pena conferir!

Mas tenho uma observação a fazer.
Quando eu era criança eu lembro que via pelo menos umas três fogueiras acesas na rua nos “dias santos”. Este ano não me lembro de ter visto alguma. Ou a população está bastante preocupada com o meio ambiente ou está deixando de lado certas tradições.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ainda existe gente honesta

Malas de dinheiro, notebooks, mp4... Os objetos esquecidos quase sempre são devolvidos e ao contrário do que se pensa, os brasileiros (excetuando-se os políticos) têm se mostrado bastante honestos.
Estou no ônibus, segunda-feira, voltando da universidade quase chegando em casa. Procuro meu mp4. Cadê? Perdi. A última vez que o vi foi num trailer de xérox lá na UFPI quando fui imprimir um trabalho que estava salvo nele.
Era quase uma certeza que eu nunca mais o viria.
-Será que eu deixei na xérox? Não sei, mas tudo indica que sim!
Já tinha preparado toda uma “pressão psicológica” caso o rapaz dissesse que não tinha ficado lá.
No dia seguinte me dirigi ao local torcendo pra que aquele moço fosse um desses que ainda prezam pela dignidade e honestidade. E era!
Ele poderia simplesmente que não ficou lá e não ceder às minhas “pressões psicológicas”. Mas não, ele rapidamente me entregou o mp4. E eu agradeci feliz.
É por episódios como esse e pessoas como essa que eu acredito que o Brasil ainda tem jeito!

sábado, 21 de junho de 2008

Em defesa do “Bom dia”


Li um texto de Inácio Loyola Brandão publicado, já faz um tempo, em “O Estado de São Paulo” e um trecho me fez refletir sobre os atuais comportamentos da humanidade. Em especial sobre a comunicação entre as pessoas, ou melhor, a falta de.

“Passo e os sem-teto me olham. Cumprimento, bom-dia, bom-dia. Recebem o cumprimento com surpresa, quase estupor. Ninguém lhes dá bom-dia. Respondem alegremente e o bom-dia deles é caloroso, acompanhado de um sorriso, os rostos se iluminam. Tão fácil desejar bom-dia, parece fazer tão bem. Por que as pessoas são tão mesquinhas nos cumprimentos?”

É raro ver alguém cumprimentar o outro, e quando isso acontece, quase sempre, o falar se resume a um “E aí..”.
Com os fones sempre enterrados nos ouvidos, a maioria das pessoas ignora a presença do outro. Tornam-se cada vez mais egoístas, isoladas do mundo e do resto da sociedade.
Voltemos, senão aprendamos, a desejar “Bom dia”, “Boa tarde”, ‘Boa noite” ao amigo, ao vizinho, ao padeiro, ao sem-teto, ao motorista, ao passageiro do ônibus que senta ao lado...